Scopa Engenharia - A ´bolha´ do mercado imobiliário - Notícias


14 de Março de 2014
A ´bolha´ do mercado imobiliário
Confira o artigo que questiona a existência da bolha imobiliária no Brasil.



Estado de Minas

MERCADO IMOBILIÁRIO

A bolha

Adriana Magalhães Uhuuuu! Foi o que gritei após receber a ligação do editorial do Estado de Minas me convidando para voltar a escrever mensalmente nesta coluna, da qual participei de 2005 a 2009. Como empresária do mercado imobiliário desde 1989, acompanhei muitas mudanças da economia brasileira, questionei tendências da engenharia e da arquitetura, estive atenta às questões urbanísticas no vertiginoso crescimento de BH, intermediei milhares de negócios imobiliários, chorei frente às dificuldades diárias ao administrar uma empresa, ri muito com as alegrias dos meus clientes, amigos, colegas, colaboradores e corretores! E ter este espaço para compartilhar essas situações de forma abrangente é sensacional.

Admito que estava sentindo falta do olhar atento aos detalhes que se adquire quando se escreve, imaginando o que o leitor gostaria de saber, o que lhe daria prazer e/ou conhecimento ao ler um artigo sobre o mercado imobiliário sem ser cansativo, técnico e/ou banal.

Então, voltei a pensar: o que despertará a atenção do leitor?. No que ele está pensando ou, ao contrário, sobre o que ele não tinha pensado antes? O que lhe interessa?

Pensei em escrever sobre os juros e os financiamentos bancários, sobre os desmandos da política e os absurdos aumentos dos impostos municipais na virada do ano, sobre a liquidez do mercado imobiliário, as tendências de comportamento da sociedade após o beijo gay da novela, os gastos com a Copa, a eleição chegando, a impunidade e a falta de segurança na cidade, os impactos da mobilidade urbana na valorização dos imóveis etc. etc.

Mas já que estamos iniciando 2014, vou reiniciar este espaço falando da "bolha". Ouvi muito sobre ela nos últimos dois anos e ao desejar feliz ano-novo aos amigos no último réveillon, nunca recebi tantos questionamentos sobre ela, a bolha. Perguntei se queriam falar das maravilhosas bolhinhas das champanhes que brindei, mas não, era da imobiliária mesmo que queriam saber. Afinal, vai estourar uma "bolha" imobiliária?

Não achei minha bola de cristal, mas a história e a matemática me ajudam nas análises. O mercado imobiliário ficou estagnado durante décadas, pois a indústria da construção não tinha estímulos e os bancos não financiavam. As pessoas tinham de poupar a vida toda para comprar um imóvel à vista. E esse pequeno movimento é que girava o mercado: uma pessoa comprava, e possibilitava que quem vendeu pra ela comprasse outro imóvel e assim, devagarzinho, as coisas iam acontecendo.

A Caixa Econômica Federal era o único banco que financiava com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Corretores e compradores que viveram nessa época lembram-se do medo de a Caixa "fechar a carteira" no meio de uma transação... Hoje, os bancos privados também financiam. Todos eles têm muitos recursos disponíveis e forte interesse em financiar. Os clientes podem escolher as melhores taxas e condições.

A capacidade pagadora e o nível de endividamento do brasileiro pressupõem que os bancos ainda vão brigar numa concorrência saudável para todos. Comprar um imóvel significa um grande investimento, que, geralmente, precisa ser parcialmente financiado, desde que não haja juros extorsivos. Então, primeiro ponto: há muita gente querendo e precisando comprar e há condições para isso!

O segundo ponto é o valor dos imóveis. Nunca houve uma evolução tão grande de preços quanto a da última década. E nem vai haver. A tendência dos preços é acompanhar a inflação. Isso porque não há como fazer mágica. Analiso alguns estudos de viabilidade de obras dos meus amigos construtores, são sempre minuciosamente calculados. Sugiro que, quem duvide, peça para um construtor abrir os custos. Ele o fará com prazer. O problema é que tudo no Brasil é caríssimo! Outro dia, vi um comparativo de preços do Big Mac e o nosso é o mais caro do mundo! Um computador, um carro, uma roupa, um perfume, um brinquedo, tudo é muito caro. Então, como um imóvel não seria se envolve material, mão de obra e impostos?!

E ainda por cima há o custo do terreno, e, especialmente nos grandes centros. Cada dia é mais difícil e caro encontrar locais para os empreendimentos e ainda não descobriram vida em outros planetas. A Terra é finita. Portanto, não temos "bolha" e sim três hipóteses: 1. Imóvel baixa de preço -- se se reduzirem pelo menos um dos quatro fatores da equação: mão de obra, insumos, valor dos terrenos e/ou impostos; 2. Os preços se mantêm -- se acabarem com a inflação; 3. Evolução normal, acompanhando os índices de inflação -- se forem mantidas as condições normais da economia e do mercado.

Há algumas particularidades, caso a caso, como, por exemplo, incremento de novos bairros e regiões, tendências etc., mas discutiremos isso em outro artigo. 


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Fonte: http://www.cbic.org.br/sala-de-imprensa/noticia/mercado-imobiliario-3 



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